«Carnaval passou; nada mais resta!» - este é o estribilho de uma canção brasileira que serve bem para ilustrar a quadra que passou.
Não sei se é este o Carnaval que queremos; é o que temos!...
É uma quadra festiva de antiquíssimas tradições é uma festa pagã a anteceder uma festividade religiosa – aquela em que para os católicos mais rigorosos, «carne não vale»: a Quaresma.
Até ontem, todos os excessos eram permitidos. Hoje começa um período de reflexão religiosa.
Hoje também começou um novo período da nossa vida política: um novo mandato do Presidente da República.
Oxalá este novo período signifique também um tempo de acalmia, para que o Governo consiga (pelo menos) não contribuir para o agravamento das condições de vida dos portugueses.
De certo modo, de Norte a Sul do País, foram estas dramáticas situações, mais graves para os que menos podem, as que mais foram glosadas nos festejos de Carnaval.
Melhor diria: nos corsos ou desfiles de Carnaval (porque festejos significam alegria, participação; e isso – participar - é o que menos fazem os «foliões» de rostos circunspectos que assistiram ao passar e repassar dos carros engalanados, como pudemos ver na Marginal de Quarteira).
Acho que vale a pena repensar um pouco o Carnaval que temos e como (se for preciso) haveremos de dar «a volta ao texto».
Mas uma coisa é certa: as muitas dezenas de milhar de quarteirenses e forasteiros que vieram até à nossa avenida à beira-mar são um bem precioso que vale a pena preservar. Porque essa multidão (que não deverá estar longe da que esteve no centenário Carnaval de Loulé) merece ser acarinhada.
Ela veio, durante três dias animar as ruas e… estimular o comércio.
Estranho, porém, que os empresários da minha terra, que tanto e tão justamente se queixam de que o «negócio vai mal» não só se mantenham «a leste» do Carnaval, não contribuindo para a sua realização e engrandecimento, mas, ainda por cima, muitos deles (até algumas casas de «comes e bebes») tenham optado por manter os seus estabelecimentos encerrados.
Afinal, em que ficamos? O negócio não vai assim tão mal?
PS: Devido à quadra carnavalesca, nesta semana não se realizou Reunião de Câmara
Quando eu era criança, os meus pais tiveram uma loja. Uma venda, como então se dizia.
Atrás do balcão, a minha mãe ia vendendo um pacote de açúcar, um sabonete, um carrinho de linhas, cinco tostões de rebuçados…
Entrava uma vizinha, levava uma barra de sabão, um par de atacadores e um cartuchinho de cevada.
– Dona Maria, assente ai, faça favor.
Então, a minha mãe sacava do caderninho onde estavam os nomes das freguesas e lá fazia o seu apontamento, que ficava à espera até que uma boa pescaria permitisse à freguesa ir pagar o fiado e… abrir nova conta.
E eu lá atrás, de bibe, numa cadeira baixinha, ia fazendo os trabalhos de casa, consolada com o cheirinho a açúcar amarelo e a cevada torrada.
Dava pouco, a loja pequenina e escura. Dava o que dava, na ajuda ao curto orçamento familiar desde que meu pai voltara irremediavelmente debilitado pelas longas estadias no mar.
Na aldeia, as lojas eram quase todas assim: humildes balcões de madeira, pequeninos, pouca luz, poucas coisas nas prateleiras, poucas moedas a tilintar na gaveta.
Depois o progresso começou a apossar-se de Quarteira. Começaram a abrir novas lojas. Com montras, prateleiras cheias, caixas registadoras. Os fregueses preferiam ter por onde escolher e deram em rarear ainda mais. A loja da Dona Maria não aguentou. Não valia a pena trabalhar para aquecer. Fechou. Morreu como todo o comércio tradicional de então.
Ficaram as lojas de montras iluminadas e caixas registadoras. Cada vez maiores, cada vez mais atractivas. Mas as que vendiam açúcar já não vendiam linhas. As que vendiam linhas não vendiam batatas nem cadernos escolares. Eram papelarias, ou prontos a vestir, ou mercearias, ou drogarias… Quem não quis ou não pôde adaptar-se procurou outro emprego ou resignou-se. Surgira um novo comércio tradicional.
Mas um dia apareceu alguém com novas ideias e montou uma loja maior, com prateleiras e cestos e cada um servia-se a si mesmo e pagava à saída. Chamaram-lhe supermercado. Nascia um novo comércio tradicional.
Este novo comércio tradicional vendia outra vez de tudo: batatas e açúcar; linhas e perfumes; roupa interior e plásticos, congelados e enlatados…
Escapavam poucos géneros: sapatarias, ourivesarias, electrodo-mésticos, livrarias, farmácias e pouco mais - que ainda se consideram hoje o comércio tradicional.
Quarteira crescia. Já não era aldeia. Era uma vila cheia de casas altíssimas à beira-mar e as pessoas iam e vinham e, cada vez mais, enchiam a marginal, no verão. Mas não tínhamos qualquer superfície comercial que satisfizesse a procura. por parte dos banhistas.
Entretanto nasceram novos conceitos para o comércio local: os supermercados cresceram, engordaram e tornaram-se hipermercados e tinham cada vez mais de tudo. As pessoas gostavam, e iam lá por juntar o útil ao agradável: compravam o que precisavam e às vezes o que não precisavam e passavam o tempo passeando por ali.
Mas aquelas lojas cresciam, cresciam, começaram a agregar lojas de todos os tipos, onde os «velhos» comerciantes tradicionais podiam ter o seu próprio espaço, e onde, assim, toda a gente podia encontrar de tudo. Tinham nascido os centros comerciais.
Que um dia irão, por sua vez, tornar-se obsoletos e também deixarão de ser, por sua vez, o comércio tradicional.
Veio-me esta reflexão à cabeça quando ontem, à Reunião de Câmara, chegou o pedido de informação para a provável instalação do primeiro hipermercado de Quarteira: um Pingo Doce, à entrada da cidade, na estrada que nos liga a Loulé.
Daqui por umas dezenas de anos, também ele, como a lojinha da Dona Maria, irá dar lugar a um futuro – e agora inimaginável – comércio tradicional.
Gerações e gerações, para entraram em Quarteira, usaram o único caminho plausível: aquele que hoje é a Rua 25 de Abril. Mesmo depois de os tempos terem mudado e de o progresso ter dado outras vias de entrada à aldeia de pescadores, que hoje é uma cidade orgulhosa dos seus pergaminhos, é ainda esta rua uma das mais movimentadas.
É por ela que muitos de nós levam ou levaram os seus filhos à escola, e é por ela que o pároco conduz os nossos entes queridos ao cemitério.
Quem, vindo da rotunda que designamos “da BP”, entra na cidade, pode percorrer a referida rua até à Igreja Nª Srª da Conceição e continuar mesmo, se esse for o percurso desejado.
Se o sentido for inverso, aí… a coisa é mais difícil – já que o duplo sentido vai da referida igreja até ao desvio para a escola do primeiro ciclo D. Francisca de Aragão.
O que não se entende é por que motivo a rua tem duplo sentido, naquele curto espaço, dificultando o trânsito, assustando os moradores e condicionando os peões que ali transitam.
Todos sabemos que a Rua da Infância, paralela à Rua 25 de Abril, poderia ser alternativa a esta situação. Deste modo, desviando no cruzamento do banco Banif, passando pelas traseiras do Lar da 3ª idade e Rua da Infância, até à Checul, far-se-ia a circulação descendente, deixando todo o trânsito ascendente para a Rua 25 de Abril, desde a Igreja da Nª. Sª da Conceição, até à rotunda da BP.
Parece-me bem que estes sentidos… fariam mais sentido!
Este texto tem quatro anos. Foi escrito por mim em Janeiro de 2007 e publicado no jornal «Carteia» na coluna «Marulhando», que aí mantive regularmente.
Afinal… a pólvora já estava descoberta. Só que tardou quatro anos a explodir!
Ontem, foi apresentado o projecto e a empresa projectista revelou ser essa a principal alteração para a requalificação da Rua 25 de Abril.
Hortense Morgado
Aparentemente, o ano de 2011 iniciou-se, no nosso município, com a modorra própria de quem ainda não está bem acordado da folia da passagem de ano, o que se traduz no escasso número de assuntos relevantes das suas primeiras reuniões de Câmara.
Na de ontem – que fora antecipada por motivos ponderáveis – destaco apenas a deliberação que determinou a atribuição de 64 bolsas de estudo para o ano lectivo 2010/11, no valor global de 100 mil euros e que, entre cerca de uma centena de processos de candidatura, decidiu a atribuição de 10 bolsas a «alunos de mérito», 46 a alunos carenciados e 8 bolsas para a alunos do INUAF.
Vou aproveitar esta oportunidade de «ter pouco para relatar» sobre a reunião de Câmara, para enviar agradecimentos às dezenas de mensagens de incentivo e aplauso que me têm sido dirigidas através do meu e-mail, ao mesmo tempo que este ensejo me dá azo para tentar esclarecer sobre os traços característicos dos mandatos representativos do eleito para uma autarquia, à luz da Ciência Política: a generalidade, a irrevogabilidade a liberdade, e a independência.
Sei que não são novidades para a maior parte dos meus leitores. Mas há quem nunca tenha tido oportunidade de se debruçar sobre qualquer compêndio de Ciência Política...
Numa próxima oportunidade, falarei também sobre «disciplina de voto».
Como a primeira reunião de Câmara de 2011 não teve especiais motivos de interesse para além da aprovação da realização do salão INFORMA’11, terão os meus leitores estranhado a minha ausência de notícias.
Pois aqui estou. Mas não para falar de qualquer reunião, e sim do alheamento dos munícipes por essas reuniões.
Já na minha postagem de 12 de Dezembro do ano findo, eu referira «o desinteresse que os quarteirenses dedicam a estas coisas da cidadania».
Isto por ter verificado a ausência de público na reunião da Assembleia de Freguesia de Quarteira, onde nem sequer os líderes dos partidos (sempre dispostos a fazer «dos outros» os gramofones reprodutores das suas próprias posições, ideias e ambições) se decidiram comparecer para prestarem a sua colaboração ou, simplesmente, para dar uma «forcinha» aos autarcas dos seus partidos.
Depois de, publicamente, alguns desses mesmos líderes terem apelado à «cidadania» e criticado a falta de «apoio», «lealdade», «compromisso» e «solidariedade institucionais», este desprezo público pelos assuntos autárquicos e essa demonstração de vacuidade da sua cidadania, reflectem inqualificável desatino do que consideram ser «ética».
Alguns dias depois, era a Assembleia Municipal cenário de uma situação semelhante: apenas meia dúzia cidadãos ocupavam as cadeiras reservadas ao público e, quanto a dirigentes partidários, só compareceram os que, na qualidade de membros da Assembleia, ali estavam em funções.
Mas um exemplo ainda mais indecoroso tinha-se verificado nesse mesmo dia, quando a reunião pública da Câmara registou a total ausência de munícipes interessados nos assuntos do concelho, abdicando dos seus direitos e deveres de cidadania.
A cidadania pode ser exercida como mecanismo transformador de uma sociedade, se, através dela, se almeja uma sociedade com vida digna para todos. Mas deverão ser os mais responsáveis politicamente quem, com o seu exemplo, deverão assumir as rédeas do processo.
Se estes se limitarem a criticar, dizer mal, condenar, ao mesmo tempo que fazem uso de palavras como cidadania, apoio, lealdade, compromisso e solidariedade institucionais, limitam-se a imitar papagaios que aprenderam palavras bonitas que usam quando as suas conveniências lho recomendam, ou quando querem «botar figura».
Várias pessoas amigas me têm afirmado que sentem a falta das «Cartas ao Menino Jesus» que, durante alguns anos, publiquei no jornal Carteia - colaboração que, pelo acumular de afazeres, a contragosto me vi forçada a suspender.
Foi pensando, sobretudo, nessas pessoas, que decidi publicar a minha cartinha deste ano, neste meu blog.
Olá, Menino Jesus!
Ao tempo que te não escrevia, não é? Mas agora, que o ano está quase no fim, é altura de balanço e de pensar sobre a essência da nossa existência. Do que fizemos ou não fizemos. Do que gostaríamos de ter feito e deixámos por fazer.
A celebração do momento da Tua chegada leva-nos muitas vezes a fazer os pedidos do costume.
No entanto, este ano não me vou preocupar com a não construção do centro cultural ou das novas escolas, com a tardia viabilização dos quartéis dos bombeiros ou da GNR, com a sempre adiada ligação a Vilamoura pelo litoral, ou do novo mercado. Com o prometido e não cumprido.
Não! Este ano, porque me envolvi na missão da entrega de cabazes de Natal, apetece-me falar desse momento.
Como eu queria, Menino Jesus, que este momento não existisse!... Como eu queria que ninguém estivesse ali, naquela sala, de olhar ansioso, com a cartinha na mão, à espera da chamada!... Como eu gostaria que a crise, a tão famigerada crise, fosse apenas um sonho mau e passageiro!... Como eu gostaria que, uma vez mais, não tivessem de ser os menos favorecidos os que mais vão sofrer os efeitos das crises – crises de que eles são os menos culpados…
Esse, Menino Jesus, é o meu desejo no sapatinho. Faz que não seja preciso haver entregas de cabazes, ou que sejam cada vez menos a precisar de ir ao Centro Autárquico, de papelinho na mão, ansiosos no olhar e quase sempre tentando esconder a vergonha que sentem por dentro por, desse modo, terem de expor a sua miséria.
Que o Natal seja sentido apenas como o momento de solidariedade, confraternização e de amor ao próximo. Que as lágrimas que marejam os olhos sejam de alegria e não de dor.
De resto, Menino… que mais posso desejar? Saúde, muita saúde para Ti também… para que nos possas proteger e já agora, leva a crise para bem longe e faz que na mesa de todos nós haja fartura, amor, compreensão, sorrisos rasgados.
Ah! e, por favor, manda uma estrelinha a esta terra, para que ela mostre aos nossos governantes o caminho mais seguro para fazer este país, quase destroço naufragado, sair da crise, da cauda do desenvolvimento, do desespero. Talvez assim, num futuro mais próximo, deixe de ser preciso distribuir cabazes pelo Natal…
Até para o ano, Menino Jesus.
Hortense
Sabe Deus como são problemáticos para mim os serões de Sexta-feira, quando, numa lufa-lufa, tenho de cumprir os deveres de mãe: autocarro, jantar tardio, tratar da roupa... matar saudades, sobretudo.
Como a política não se compadece com estas coisas, e porque a política foi «desenhada» por homens e para homens, que nem sabem qual é o botão que liga a máquina de lavar, estes costumam reservar os serões de Sexta-feira para reuniões, encontros, debates, jantares, assembleias.
Por isso, soube-me bem a alteração de hábitos quando, no passado fim-de-semana, o meu filho não pôde vir no autocarro de Sexta-feira: sobrou-me tempo para outras coisas que me desanuviaram o espírito e quebraram rotinas: umas compras que iam ficando «para trás», a inauguração da Feira da Serra, um jantar diferente e descontraído.
Além disso, deu para encontrar gente - amigos que a vida moderna nos não permite ver tanto quanto quereríamos, antigos colegas que se nos vão escoando pelas brechas do esquecimento. Foi bom.
E, mesmo assim, ainda deu tempo para acorrer à Assembleia de Freguesia de Quarteira onde, uma vez mais, me foi dado comprovar o desinteresse que os quarteirenses dedicam a «estas coisas» da cidadania.
Nem sequer os responsáveis locais ou concelhios dos partidos se dignam aparecer e participar. É muito mais fácil criticar, dizer mal, condenar...
Cidadania, apoio, lealdade, compromisso e solidariedade institucionais são palavras bonitas que usam segundo os seus interesses e palcos onde as pronunciam.
Mas vamos lá falar um pouco sobre a Feira da Serra.
Cresceu. De ano para ano, tem melhorado – em meu entender. O certame deste ano pareceu-me muito mais «legítimo», expurgado de muitos trabalhos manuais que costumavam aparecer como artesanato legítimo. Ainda bem.
A Feira da Serra de Loulé – um evento não muito dispendioso, a contrastar com outros que não vale a pena mencionar – apresenta-se já como uma montra regional, com autenticidade capaz de constituir um cartaz promocional; e não só do Município, porque o extravasa.
E fiquei a pensar: e por que não uma Feira do Mar?!...
Lembrou-se o jornal “Barlavento” de me dedicar um pouco da sua atenção.
Olhou por um prisma esquisito, que lhe deu perspectivas estranhas. Mas olhou.
É certo que o “Barlavento” mentiu, na sua edição de 2 de Setembro, mas para o jornalista que escreveu a nota, isso deve ter pouca importância. Porque se tivesse dado importância à discussão sobre o problema do IKEA, e quisesse falar com propriedade, teria estado na reunião pública da Câmara em que o assunto foi tratado e não escreveria o disparate de afirmar que eu votei invocando o facto de a proposta de instalação do grupo ter partido de um ministro socialista (facto que desconhecia no momento do voto, como seria fácil comprovar).
E, para dar maior ênfase ao disparate, o “Barlavento” foi transcrever, a descontexto, uma frase com que respondi, num blog, a uma outra qualquer insinuação idiota.
Se quisesse falar verdade, bastaria ao jornalista do semanário “Barlavento” dar uma olhadela a este meu blog e saberia que as verdadeiras razões do meu voto a favor da instalação da empresa no concelho de Loulé se basearam nas minhas “preocupações sociais, advindas do verdadeiro Socialismo Democrático, que me alvitram que um empreendimento que aponta para 3.000 postos de trabalho directo deve ficar no concelho de Loulé”, e se plasmam na Declaração de Princípios do Partido Socialista e nas orientações programáticas da Moção de Estratégia de José Sócrates.
Quanto à afirmação que o jornal cita (“a partir do momento em que somos eleitos, a nossa solidariedade passa a ser para com os munícipes todos, sem excepção. É nosso dever zelar pelo bem comum e não pelo individual"), não a renego. Ao contrário; essa é a minha convicção, assente nas bases cívicas de uma sociedade democrática.
E não tem nada que ver com intenções abstrusas - que só podem habitar na mente de gente de grande imaginação e fraco raciocínio - de que eu pudesse pretender posicionar-me como candidata à presidência da Câmara. Simplesmente ridículo!
Mas nem tudo que o “barlavento” escreveu nas palavras que me dedicou está errado: diz o anónimo autor que “o presidente da Concelhia do Partido Socialista traçou uma linha de oposição pura e dura” e sugere que eu não sigo semelhantes directrizes.
A verdade é que o Governo e o Partido Socialista verberam o comportamento das oposições porque são “puras e duras” quando deveriam ser democráticas, construtivas e éticamente responsáveis.
Como se pode compreender que, localmente, se pratique precisamente aquilo que a verdadeira e legítima liderança do Partido condena nos outros?
Finalmente, o título:
“Vereadora do povo”- chama-me o “Barlavento”. Estou-lhe grata por isso, porque só me pode honrar.
Porque me repugnaria poder ser tomada como "vereadora das elites" - fossem elas de que tipo fossem, particularmente das "sociais", das "financeiras/empresariais" e, sobretudo, das políticas.
Manuel Alegre discursou ontem, no Centro Cultural de Belém e a televisão transmitiu, na íntegra.
Devo dizer que o seu discurso foi um dos momentos mais gratificantes da minha experiência política.
Disse Manuel Alegre, candidato à Presidência da República apoiado pelo Partido Socialista, a certa altura do seu discurso:
“Os portugueses sabem o que sou e o que penso. Sabem que sempre preservei a minha independência e a minha liberdade de consciência e decisão. Sabem que sou um homem livre e frontal, de causas e combates. E sabem que me pautarei sempre pelo interesse nacional, pelo respeito da Constituição e pela ética republicana como garantia de probidade, como defesa da causa pública e como serviço do país”.
Terei de explicar por que razão afirmei que ouvir as palavras do candidato à presidência foi um dos momentos mais gratificantes da minha não muito longa actividade política.
As suas palavras senti-as profundamente porque Manuel Alegre traduziu, nelas, a forma como pretendo e sempre tenho tentado posicionar-me na actividade política.
Mas, a par destas razões, as proposições de Alegre deram-me também um gozo pessoal, ao imaginar a expressão de assentimento que elas terão provocado no rosto daqueles que, pelas mesas dos cafés da cidade, publicamente têm considerado como falta de solidariedade a minha “independência e a minha liberdade de consciência e decisão”, sempre quando o meu livre arbítrio, a minha consciência cívica e intelectual e as minhas decisões não coincidem com as suas próprias vontades e interesses.
Sinto vontade de rir à gargalhada quando me lembro que foram precisamente esses mesmos (que consideram uma espécie de traidores aqueles que não funcionam apenas como correias de transmissão ou papagaios do seu intelecto, pensamentos ou interesses), aqueles que, com raro sentido de "oportunidade", se apressaram a “manifestar publicamente” o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre.
Por mim, sinto-me em paz: estou na vida política como sempre tentei estar em todas as lides da minha vida: “com autenticidade, clareza e determinação”.
Por isso faço, das palavras de Alegre, as minhas próprias palavras:
"Estarei do lado do elo mais fraco, do lado dos mais frágeis, do lado dos que precisam, do lado de todos aqueles que são a razão de ser da nossa vida e do nosso combate".
Quarteira, 12 de Setembro de 2010
Hortense Morgado
Verdade, verdadinha é que anteontem, em Salir, por momentos senti-me a sair do tempo e a fazer uma viagem ao passado.
De esquina em esquina cruzei-me com figuras do meu imaginário apostadas em levar-me a um mundo diferente, onde a lenda se cruza e se confunde com a história.
Atrever-me-ia dizer que, foi dos eventos de que mais gostei no concelho.
Com menor investimento do que noutros eventos mais sonantes, o que quer dizer que o dinheiro não é tudo para se conseguir realizar um bom trabalho: haja vontade, dedicação e bom gosto.
Porque «organização» houve, sim senhores e talvez por isso se via tanta gente com ar feliz, divertida e alegre.
Mais feliz, mais divertida, mais alegre, talvez por mais espontânea e natural que noutros eventos com orçamentos bem mais «pesados»
Os Salirentes estão de parabéns; por saberem fazer e, particularmente, pela arte de bem receber.
Para o ano lá estarei a comprar não sei o quê nessa feira medieval, entre justas e truões, trovadores e alaúdes.
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